segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Cura milagrosa de 200 fios 100% algodão

 Se existe milagre neste mundo, é o milagre de uma boa noite de sono. 

Os passarinhos cantam, o sol brilha, as folhas estão verdes lá fora e até meus gatos estão sossegados. Aleluia meu pai. Ontem foi o última dia dos dias mais corridos e hoje a correria é pra desfazer os arranjos. Tutores vindo buscar seus pimpolhos, eu e Possante se embrenhando nas quebradas pra levar os outros pimpolhos pra casa. Tô visivelmente menos agitada. 

Ontem comecei a ler um livro novo, depois de finalmente ter terminado aquele que fiquei lendo a semana toda. Eu já tava de saco cheio, parecia que a história estava se enrolando, mas não sei se é porque estava mesmo, ou porque eu só tava conseguindo ler pouca coisa por dia. Além do pouco tempo, eu estava muito cansada a noite e quando ia ler, já estava caindo de sono e não conseguia prestar atenção e tinha que ler duas vezes cada coisa pra conseguir captar a informação. Com a cabeça agitada eu não conseguia parar pra ler de verdade aquilo e ficava me interrompendo pra levantar fazer sei lá o que. 

Eu não sei se hoje vou conseguir voltar a estudar, talvez hoje ainda seja corridinho. Esses dias eu não estudei porque apesar do tempinho que fiquei em casa, não queria me cansar além do que precisava, mas não quero perder o pique da minha tarefa. Eu tô animada pra voltar e também começar as outras tarefas que me propus. Quero mesmo, de verdade, tentar levantar meu negócio de novo e fazer movimentar. 

Também decidi que vou tirar uma parte do meu ganho desse final de ano pra fazer umas prateleiras pros gatos. Das coisas que listei pra eles pra um futuro tão próximo quanto possível, essa com certeza é a mais importante, ainda mais com todos os quartinhos/isolamentos fechados com hóspedes. Eles ficaram sem lugar algum pra se esconder e alguns são muito medrosos. 

Ontem falando isso pra minha mãe, obviamente ela começou a questionar dizendo "mas você tem tantos nichos" e eu achei isso incrível, porque... a leitura dela é igual a de muitas pessoas que me ouvem reclamar do meu gatil. Eu tenho exatos 4 nichos e dois deles estão na parte onde tem os hóspedes. Ou seja, o "tanto" de nicho é apenas dois. E nem todos os gatos gostam, porque não tem rota de fuga fácil. Então minha idéia é fazer um circuito tão grande quanto eu puder pagar, pra além de aumentar o espaço vertical deles, dar rota de fuga (de mim, inclusive) e esconderijo pra esses belezinha. 

Queria muito ser muito cheia da grana, comprar um terreno do tamanho de um estádio de futebol e telar tudo. Plantar um monte de árvores de verdade pra eles subirem, fazer casinhas pelo terreno, plantar um monte de coisas legais pra eles comerem, cheirarem e se esfregarem... fazer um laguinho com aquelas carpas sem vergonhas, com uma cachoeirinha pra ver a gataiada fazendo zona. Grama... gente, como eles amam grama. Essa casa que eu moro me mostrou que eu mesma não preciso de muito mais do que isso aqui, pra mim. Se eu fosse adicionar alguma coisa aqui em casa, provavelmente faria um quarto ligeiramente maior e melhor disposto, mas de resto tá perfeito. Mas eles sim, eles precisam de mais espaço pra se esconder e ficar de boas curtindo um sossego enquanto os outros ficam chacoalhando seus coqueirinhos correndo e metendo o louco pela casa. 

Eu sei que eu vou morar aqui por um tempo, mas sei também que eu vou sair quando eu puder. Dai eu fico de novo naquela coisa de "será que eu invisto aqui", mas como no momento não tenho perspectiva alguma de sair, vou sim investir aqui, porque também tem o fato de quanto mais tempo eu ficar, menos provável vai ser minha saída. Não por apego, mas por causa da minha mãe. Cada vez ela tem mais dificuldade, tem essa depressão que ela se recusa a ver e por consequência fazer algo por isso, tem a relação péssima dela com a minha irmã. Nada disso é minha responsabilidade, mas eu não conseguiria sair daqui e deixar minha mãe com uma casa inteira nas costas pra lidar. Só preciso achar um jeito de ajudar sem que eu carregue ninguém, nem deixe minha saúde ou prazer de viver no balcão pra pagar essa conta. Não faço ideia de como fazer isso, mas eu confio que as respostas vem quando a gente precisa delas. Por enquanto vou viver o dia de hoje e agradecer pela noite de sono e pelo humor reconfigurado. E ler o livro novo que tá massa. E trabalhar um pouquinho. 

É, tá bom já. 

Me deseje sorte.

Até amanhã, quem sabe.

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