quinta-feira, 30 de junho de 2011

Ela já volta

- ALÔ? Oi, não, ela não está. A esperança deu uma saidinha. Foi passear no sol e comprar flores. Ela volta logo, eu acho.
Eu to aqui enquanto isso, fazendo o que sempre fiz, da maneira que sempre fazia...
Enquanto espero esse comercial passar.
Mas ela já volta, quer que eu peça pra ela te procurar?

Contratempo

Usava o violão como um escudo sobre o peito
Uma proteção contra a inquisição sobre seus segredos.
Eu bem queria saber sobre esse cara sentado aqui de frente pra mim
Que sorri esperando que eu comece a cantoria (agora vai)
Mas a música dele nunca deixa a boca me contar.

Sabe aquele barulho?

O nariz funga e o corpo chia

A cabeça dói e a voz nem sai
Solidário, até o ônibus espirra quando abre suas portas.
(saúde)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Plano de criança

DIZ ELE que negociou com a mãe, quando pequeno, de trocar a chupeta por todos os cachorros quentes do universo.
Ainda bem que pra pessoas com planos como esse, existem outras que não se intimidam com esses contratos. 
Até porque eu me lembro perfeitamente de ter comido um, dia desses...

Sorriso em cartaz

NÃO TEM como não retribuir.
Sete e cinco da manhã neste frio considerável e o menino sorrindo. 
Sorrindo bonito mesmo. Até quando eu passo na volta e faço que não vejo ele ali,
  pendurado no cartaz que diz "Trabalhe em uma empresa de sucesso".
Tadinho, sorrindo ali dia e noite. Nesse frio.
Me sinto até na obrigação de dizer pelo menos um bom dia pro menino.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Não tem perdão

EU SEI que minhas condições estavam precárias,
  mas eu só conseguia pensar na maldita calcinha meio furada. 
Eu explico:
Eu tava num dia meio ruim. Tava meio azeda, meio com pressa, meio virada dos ovos que não tenho, e encarei na gaveta aquela coisa pavorosa - a tal da calcinha meio esculhambada. Aconteceu que ela encarou de volta e eu resolvi que então hoje ia ser o dia dela.
E deitada no meu quase leito de morte, só conseguia pensar na vergonha de mais alguém além de mim saber da existência dessa calcinha medonha da minha gaveta. 
O que ela tava fazendo lá afinal? E pior, o que eu tava fazendo usando ela num dia como aquele?
Eu não sei. Mas o universo resolveu que ia me atropelar na rua bem nesse dia. 
Um carro, um sinal vermelho e aquele escarcéu todo. Ambulância, sangueira pra todo lado, e a calcinha dos infernos.
E enquanto eu estrebuchava na enfermaria, era só isso que me passava pela cabeça.
Nunca mais vou perdoar outra calcinha de dias contados. 
Você também não deveria, vai por mim.

Tac tac tóin

Os relógios estão todos errados.
Já não sei mais onde estou, 2 minutos adiante ou 5 minutos mais atrasada.
Já consegui sair de casa e 20 minutos depois chegar no mesmo horário.
É só comigo?

domingo, 26 de junho de 2011

Apartamento 5


DA MINHA janela eu vejo o vizinho esbravejando, pra depois falar que era a vez dele de lavar a louça mesmo.
Vejo o outro que saiu bem rapidinho só pra comprar o que tava faltando pro almoço. E que já voltava, tá bom amorzinho, muack!
E vejo aquele que não tem vontade nenhuma de mostrar a cara. 
Bem, pra falar a verdade, esse eu não vi.
Enquanto eu cuido da minha própria vida, posso ver a vida dos outros passando na frente da minha porta, falando atrás da minha janela enquanto eu cantarolo no chuveiro.
Daqui eu vejo quem se acerta, quem continua fazendo tudo igual, quem não levanta a bunda nem pra fazer pipoca. 
E daqui mesmo eu torço e esbravejo, viro os olhos e vou bem pertinho da parede pra xingar junto com toda minha força bruta natural. Pra dar uma força.
Mas bem baixinho, né. Vai que eu precise de uma xícara de açúcar um dia desse.


Ilustração do Ceó - http://frasesilustradas.wordpress.com

(bla bla bla bla bla bla bla).infinito

DEVE SER realmente muito prático.
Ter um amigo com uma vida assim tão emocionante. 
Imagine, não precisar mais espichar o ouvido pro comitê de notícias quentes do seu trabalho, não ver mais necessidade de entrar nos sites de notícias de gente famosa, não gastar mais um centavo em revistas só pra saber do esmalte que Fulana de Tal vai usar essa semana.
(além de excitante pode ser muito econômico...)
Só não posso confirmar isso tudo, porque essa é a história do vizinho da prima de um amigo de uma amiga minha, que primeiro tinha um gato e depois se mudou e deixou o gato pra um sujeito esquisito. 
A história é dele com o primeiro cara da árvore genealógica apresentada anteriormente ai.
Não, pelo jeito eles não falavam nada sobre esmaltes nem babado de gente famosa, eu admito que estava só exagerando um pouco para fins dramáticos (é, também pensei que isso anula todo a justificativa econômica que ele poderia ter na vida de outra pessoa, mas tá)
Mas diz ele que o outro tinha por dia pelo menos duas horas de histórias novíssimas pra contar. Absolutamente só sobre a vida dele. 
Achava que sua vida era badalada? Segura essa! É pra morrer de inveja e mandar as famosas se cuidarem. 
Gente...

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Risoto de frango verde



O CHÃO está verde.
Meu chinelo de andar em casa, verde.
As cadelas, conferi, verdinhas.
Provavelmente meu almoço também. 
Mas o que conta mesmo, é que minha estante esverdeou bem como eu tinha planejado.
É, missão cumprida! Agora, atacar!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

É de coisa boa?

E no meio da Tiradentes:
- Jornal, ó o jornal, vai um jornal ai?
- Não não, valeu.
- Jornalzinho, olha o jornalzinho moça, pra ficar sabendo das coisas!
- Não precisa, que notícia ruim sempre chega sozinha...
(e dessas eu nem quero ficar sabendo)

terça-feira, 21 de junho de 2011

Coisa de mulher

TPM é o excesso de hormônios (enlouquecidos)
e a quantidade sempre insuficiente de chocolate.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Relatório do espião - Almoço de mãe

DUAS FUGIRAM logo assim que o dia raiou, mochila nas costas e sebo nas canelas.
Uma paradinha rápida para um xixi e uma cheiradinha pra checar quem tinha passado antes por ali.
Na praça, um fiscal chato e outro gente fina, que colaborou com uma ajudinha básica pra entrar na mala de transporte. Isso sem contar os trezentos olhos que acharam essa ajudinha meio radical demais (é que mala de transporte é coisa de cachorro, né)
Seguiram as duas numa viagem tranquila, e a chegada teve direito a encontro de primos caninos igual daqueles de cinema, correndo no meio da rua, vento balançando os bigodes, aquela coisa. Emocionante.
A sacola de presentinhos rolou solta e sobrou até uma roupa nova praquela que ficou em casa (e que saudade que estão dela) e muitas ajudinhas para o almoço entre um babado e outro.
De repente eu não ouvia mais nada além de uns óbvios "hum" e "nham", porque julgando pelo cheiro, devia mesmo estar muito bom. Até porque até o fim do dia, a cena não mudou muito: cinco barrigas pra cima no maior ronco, e muita preguiça (e eu aqui trabalhando duro)
Só mudou mesmo hoje cedo, num tumulto exagerado só porque é segunda feira.  Me escondi e deixei que fossem embora.
*câmbio e desligo*

sexta-feira, 17 de junho de 2011

ic! ic! ic!

SOLUÇÃO é o processo natural onde seu estômago se contrai de maneira violentíssima, arremessando ruidosamente seu objeto de trabalho, e assim logo após o sujeito atingir o teto com sua cabeça e desmaiar por aproximadamente 1 hora e 30 minutos, é possível que se (caso se) desperte com pensamentos ordenados e claros sobre um fato anteriormente ocorrido.


Com base nessas informações, agora podemos entender porque as pessoas frequentemente sentem medo de resolver seus problemas.

Vamo vamo vamo vamo

Meus olhos não queriam abrir.
O celular não queria parar de tocar.
Meu corpo não tava lá com muita pressa de se mexer.
Mas meu sono, assustado, foi corrrendo embora.
Era um motim.
Mas eu, precavida que sou, obviamente tinha um plano. Fiz minha melhor voz de General e comecei:
ATENÇÃO TODOS OS COMANDOS - ATENÇÃO TODOS OS COMANDOS
Olhos, pé direito, pé esquerdo e bom humor: SENTIDO!
Roupa, sapato, café: CONFERE!
Cama, cabelo e louça na pia: DEIXA QUIETO E SAI DE FININHO!
Chave, beijo nas cadelas e uma jujubinha pra adoçar: AO TRABALHO, ORDINÁRIOS!
Mais umas horinhas e acaba essa trabalheira! 
MAAARCHEEEEEEE!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Por rimas mais emocionantes

O amigo:
- Cara, vi uma (*****)iga na rua hoje!
Ato contínuo:
O amigo responde - Onde você viu briga?
E eu penso - Nossa onde será que ele viu uma biga...
O sujeito faz uma caretinha - Dã-ã, surdo! Eu disse que vi sua a-mi-ga!
E eu desisto - Amiga. De todas as possibilidades-rimas, o sujeito escolhe claro, a menos emocionante. Nem parei pra ouvir o resto.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Tchau sujeira!

ALÍVIO é quando você dá aquele banho de mangueira no seu coração, pra tirar aquilo tudo que tava só encardindo.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Enquanto isso, no picadeiro...

EU VINHA andando, super concentrada na morte do bezerro, quando ouvi:
- Uau, uma domadora de elefantes!
Tive três segundos para virar, pensar e responder:
- Ai, droga! É mesmo! Esqueci minha cartola em casa, obrigada!


(e sai correndo)

Tá quase!

Alô! Oooi amorzinho, já pode vir me buscar sim. Três quadras ainda? Não querido, eu to prontíssima, imagina. Sim, sim, tô sim! Pronta, linda, maravilhosa, só pra você... (meu xuxuzinho) 
Amor, é claro que eu tô pronta, pra que eu ia mentir? Só falta eu colocar a jaqueta e escolher um lenço, pegar meus anéis e ver um brinco. Dai vou dar uma retocadinha aqui no meu brilho labial que nessa altura já deve estar fraquinho, né? Ai, pára com isso, nem vou demorar nada, mas eu vou também trocar o sapato, que hoje esse acordou de mau humor, não tá dando certo, tá me apertando sabe? Ah meu bem é só eu pegar outro, não vai demorar coisa nenhuma. Não não, a jaqueta eu já escolhi, tá ali em cima da cama. 
Ai droga, minha unha tinha que lascar agora. Você lembra onde eu guardei aquela lixinha fofa que compramos na farmácia outro dia? Aquela da japonesinha! Ah amor, claro que você sabe qual é, aquela que tem uma gueixinha. É, essa mesma. Acho que tá na moda. Nem precisa viu, achei aqui. Em dois minutos eu arrumo essa unha danadinha! 
Então amorzinho, tá chegando? Eu tô quase indo na porta esperar você amor, mas que demora...! Eu aqui pronta te esperando...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Metade do que?

O BABADO já estava rolando, e o público estava devidamente acomodado nas poltronas vermelhas de veludo. Tudo muito chique, com direito a roupas esquisitas (porém de gala) e todo aquele aparato chiquetê indiscutivelmente inútil (acho um tédio, uah)
Dai a luz do palco acendeu, o mestre de cerimônia tomou seu lugar e ligou o microfone (um minuto de atenção, senhoras e senhores)
Meu sorriso engasgou na metade quando eu ouvi que era meu nome que ele estava chamando (não pode ser)
Só tive coragem pra correr até o cantinho do palco e cochichar pra ele:
- Ei moço, você tá enganado. Ainda não é minha vez. Mais um pouquinho e já já eu fico pronta, tá?
Claro que eu tentei não ligar muito pra cara feia (mas muito fina) que ele fez. 
Voltei pro meu lugar do jeito mais elegante que eu consegui. Eu não ia subir ali só com a metade, mas de jeito nenhum, imagina.

Consultório de interpretação de sonhos

- ENTÃO, foi assim:
Eu tava em um terminal de ônibus, mas o lugar parecia mais uma daquelas agências antigas dos Correios (declaradamente bege)
E eu andava meio perdida, indo e perguntando onde raios ficava o ponto do Interbairros III (que tinha sumido). Claro que era só olhar as plaquinhas, mas tava escrito tudo meio estranho. E ai quando achei um ponto do meu ônibus, quase subi pro sentido errado (que é quase como descer, se não me engano)
Depois de meio sonho procurando em vão, apareceu uma boa alma pra me conduzir pro lugar certo, mas como eu disse antes, eu poderia muito bem ter deixado de lado essa história de ônibus e parado pra comprar uns selos. E talvez eu devesse ter feito isso mesmo.
Resolvido esse problema, eu estava muito tranquila em casa dando umas bitocas no Jesus Luz, que no caso era padre e estava parado e seminu na sala da minha antiga casa, enquanto minha mãe, muito distraída, tentava sintonizar um canal da TV. 
- E então? O que você acha que isso tudo significa?

- É minha filha, a mensagem do seu sonho está muito clara pra mim. Nunca desista de encontrar o caminho certo, mesmo que os selos estejam em promoção. Seja forte, vá e pergunte por onde ir, mesmo que o ponto certo leve metade do sonho pra aparecer. E o mais importante minha querida, procure não se envolver com esses sacerdotes bonitões, porque mesmo sendo de procedência religiosa, a imagem diante sua mãe pode acabar comprometida (e dai não vai adiantar antena).

sábado, 11 de junho de 2011

Quem não pede não ganha

EU ESTAVA sozinha em casa, pé de meia maranjada até o joelho, armada de brigadeiro na colher de pau e virada pro sol.
Então eu sentei no sofá e vi um filme engraçadinho mais esparramada do que precisava. Que era pra compensar.
Depois fiz minha dancinha clássica em cima do sofá e depois ainda fiz um solo com minha super guitarra imaginária, num show para milhões de pessoas dentro da minha sala.


Não, eu não fiz nada disso. Mas eu quero. (a gente já tá chegando?)


(A/C Deus:
Ô paiê, me arruma um dia desse assim que eu tô na precisança. Beijo).

sexta-feira, 10 de junho de 2011

E a cabeça não fosse grudada no pescoço?

FOI SÓ eu virar e começar a fazer o caminho pra casa pra ouvir
- Ei! Volte aqui! Espere!
E ficar no mesmo lugar, esperando
- Suas estrelinhas! Aqui! Você esqueceu elas comigo!
Pra pensar o quanto mais eu tinha esquecido ali com ela...

Ô ilusão

TINHA terminado o livro na viagem da manhã, 
  e voltando agora, não tinha nada pra ler.
Vou então, estudar as músicas que preciso pra depois. 
Foi só pegar o macinho com os fones e engatar 
  que cheguei a conclusão que seria muita inocência minha 
achar que eu conseguiria desembolar aquilo antes de chegar onde eu devia.
E foi mesmo. Mas como teimoso é quem teima comigo, eu tentei.
1x0 pro fone de ouvido. 
Viu porque do livro?

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Culinária Terapéutica para Trogloditas Domésticos

Batatas ao murro (ou maionese)

Ingredientes:
- Batatas, óbvio.
- Água.
- Sal.
- Ovos (os da galinha)
- Azeite.
(se precisar das medidas, dirija-se ao telefone mais próximo e ligue para sua mãe)
Ah, e uma panela.

Modo de fazer:
Descasque as batatas. Ignore aquela prática comumente usada de afundar a faca 2 centímetros para dentro da casca. Só retirar a casca é suficiente.
Agora atenção para esta sequência: Panela + água + batatas + ovos + ligar o fogão.
Adicione o sal. E contenha-se, a menos que esteja preparado para a piadinha consequente: "você está amando?"
Então espere as batatas cozinharem. Quando você conseguir espetá-las com um garfo, é o sinal. 
Se os ovos estiverem se espatifado e feito uma lambança, também é um sinal. Um mau deles, porém.
Desligue o fogo, escorra a água e espere esfriar um pouco.
Separe os ovos (da galinha, volto a repetir), e esmurre-os (agora você entendeu porque). Recolha o que sobrou, separando as gemas.
Misture as gemas cozidas com o azeite, e mexa por muito tempo usando toda sua força máscula.
Por muito tempo mesmo, sem negociação.
Agora faça o mesmo com as batatas. Não separe as gemas, porque inclusive as batatas não vem com gemas.
Misture tudo, e finalmente estará pronto! 
Acrescente cheiro verde se quiser incrementar o visual (brincadeirinha!)
Não ficou uma beleza?

Amigdalas assassinas com geléia

(uma situação desesperadora na hora do café)
- Você! Agora! Minhas amigdalas... corte por favor... rápido, não tenho muito tempo!
(e um tapado) 
- Ahn? Eu? M-m-mas...
- Sim...aqui.. eu tenho essa tampa de geléia... agora! Corte!
(um pescocinho esticado e 30 segundos pra processar a informação)
- M-m-mas...
(dai não deu tempo e fulano morreu)
(fim)

Não pode

EU TAVA encostada ali daquele lado, e tinha duas pessoas na minha frente. 
Eu estava parada olhando fixamente pra um lado, enquanto esses dois ficavam se abanando pra me perguntar porque raios eu fumava com tanto desespero. Eu nem respondi nada, continuei olhando pro que quer que eu estivesse olhando naquela hora sem perder a concentração.
Antes que alguém mais se desespere aqui, eu tava sonhando ok. 
Mas a frase "não é isso que você ta pensando" já está meio batida e não deixa mais ninguém impune de castigo. 
Nem mesmo eu, que só tava sonhando.
Logo de manhã, acordei com as reclamações inflamadíssimas e moralistas que vinham da minha própria garganta. 
Sangue do meu sangue.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Olhar estratégico


ACORDEI JÁ ESTAPEANDO a mesinha de cabeceira em busca de um par daqueles bons.
Todo dia é isso. Eu vou dormir e deixo os olhos ali jogados na gavetinha do lado da cama. 
Dai vai misturando tudo, olho bom com olho mal humorado, olho chato com olho gordo... as combinações podem ser terríveis.
Dai é que acontece, quando a gente fica se sentindo meio esquisito, meio perdido, meio feliz e meio azedo, tudo ao mesmo tempo.
Hoje eu quis acertar a mãozada e pegar um par bem bom logo de cara. Mas é na sorte, fazer o que.
Isso até que inventem um Sistema de Separação e Classificação de Olhos Para o Dia. Fantástico!
Só que eu acho que dai ninguém ia querer os olhos bicudos espezinhantes, e dai é bullying né? Pode dar processo e tal. 
É, deve ser por isso que ninguém inventa mesmo. 

terça-feira, 7 de junho de 2011

Cada um com seus cada um

EU TENHO MEDO de aranha pernuda.
E de atravessar a rua quando o sinal tá aberto. 
Particularmente eu preferia não ter nunca que tomar banho depois que fica escuro (vai que acaba a luz, né?)
E eu tenho medo de cortar o dedo junto com a carne congelada, não acho que ia ficar lá muito gostoso
Medo de ser chata além da conta.
Eu também tenho medo de um dia desistir de tentar.
Mas o que gela mesmo minha coragem é o medo do tal "não era bem isso"
Ui, dá até um ruim...

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Pausa para umas comprinhas

SILÊNCIO na platéia. Silêncio no picadeiro.
Luzes apagadas, lonas amarradas e cadeiras limpas. 
Foi todo mundo pentear macaco.
O show tem que continuar, eu sei, você já me disse.
Mas depois, meu bem, só depois - sem pipoca não tem circo. 
Vou ali comprar e já volto.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Conto do vigário

TODO DIA ela me vem com essa mesma história. 
Quero um conto do vigário.
- Mas que raios mãe, o vigário não me fez nada, não posso escrever sobre ele.
- Ué, mas ele não precisa fazer nada. Que graça tem essa contarada aí, sem um mísero continho do vigário?
- Tá de brincadeira né! Não posso fazer isso, e se o vigário se revolta e eu acabo no inferno para a danação eterna? Eu hein... tô é fora!

Sopa de legumes


Então, você faz assim, separa os legumes que você quer e lava
 dai você faz um tcha tcha nelas e põe na panela.
- Assim? 
- Não, faz um tcha com mais vontade, pra ficar pedaçudo.
- Ah, isso...
- Ai deixa cozinhar e põe um macarrãozinho, se quiser. Entendeu? É bem fácil né!
- É sim. Só acho que não pesquei direito essa parte do tcha tcha, me explica?

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Aaaaaaaa

MEDO é quando você esquece que é faixa preta no que quer que seja e sai correndo.

Aí depende

LEVAVA num bolso uma cara de quem comeu e não gostou (toda repuxada)
 e no outro carregava uma cara melhorzinha, para qualquer eventualidade.
  Para o caso de esbarrar com o tal cavalo branco no meio da rua. Aí era só trocar rapidinho.
Eu particularmente preferia que ela usasse mais aquela cara de quem espera o príncipe encantado, mas acho que isso varia de acordo com o bolso que ela tem no dia pra carregar o que ela precisa.
Se é pequenininho, não cabe o sorrisão né.

Meu trabalho


AQUELE ponto preto ali é o Bidu.
O meio do pátio. É bem onde ele gosta de ficar.
É onde sempre bate sol, onde (quase) ninguém resiste não trocar umas palavrinhas com ele quando passa.
Claro que o patrão é um dos que consegue resistir muito bem a isso.
E também o caminhão de areia que chega todo dia dando aquele FÓÓÓÓN no soninho de beleza do peludo. 
Mas o Bidu continua firme e forte, aprimorando o bronzeado no caminho do portão.
Claro que ele tem sua moradia própria dentro do condominio canino que fica aqui do lado.
Mas o sol do pátio é muito melhor, pra que desperdiçar...
Então o Bidu só levanta um pouco a cabeça pro lado e dá uma resmungadinha simpática, como quem diz:
Passa ai depois tá, que agora tô no meio de uma coisa...

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Bom dia

A MUSIQUINHA começa a tocar e só dá tempo pra uma mísera soneca.
Dai não tem jeito a não ser sair debaixo da cabaninha de cobertas. 
(e agora, 4 graus em Curitiba)
Ato de bravura e coragem é acordar 6 horas da manhã e ficar com o couro de fora pra tomar banho. 
Principalmente quando é o caso daquelas gotas geladas que resolvem pingar no meio das quentinhas.
A disposição pra vida, claro, vai aumentando proporcionalmente à sobreposição das peças adicionadas
(e agora, 22 camadas de roupa em Curitiba)
E ai café e careta pra lavar a louça. E os dedos que vão quebrando de frio e caindo aos pedaços pelo ralo. 
Ainda bem que nasce de novo depois né? (os dedos)
Depois de tudo pronto é só respirar fundo e ir correndo começar o dia. 
(hoje tô abusada, vou sair com o nariz todo de fora)
Voltaremos mais tarde com a nossa segunda edição. Fique agora com nossa programação normal.