sexta-feira, 12 de agosto de 2005

sobre cigarros e poemas

I

meu cigarro acabando entre os dedos
ele se acabando em gestos
babando culpas até ninguém mais reparar

acabou-se
esmago o cigarro no cinzeiro
e o dinheiro sobre a mesa

(já está na minha hora)

II
o velho sentado do lado
de fora
vendo o cigarro apagando e a vida
pelos olhos

morrera ali
sentado

do lado de fora
esperando