quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Um zóio cá

E na curva do caminho, o marcador caiu do livro lá pro meio do ônibus.
Eu fiquei dividindo meu olhar aqui e lá aqui e lá medindo os palavrões pra levantar.
De repente me dei conta da vizinha de banco falando no celular, e da fulana lá na porta gritando confidências pra amiga (que se não era surda, agora...)
Um cara olhando esquisito pra mim. Eu olhando esquisito pro marcador me apurrinhando ali do chão.
De repente eu não sabia mais o que eu tava lendo. 
Respira. Eu estou aqui e agora. Ônibus. Livro.
(o marcador!)
Duas frases, um olho aqui e outro de fianco pro bendito, e percebo que eu tenho mesmo que pegar ele de volta; eu estou na metade  do livro e se usar a orelha, amassa tudo (dai não)
Aqui e agora eu sou um pé lá e outro cá, abaixa, se estica (e puxa) pra resgatar o tão nobre pedaço de papel.
Ufa. Aqui e agora tuuudo está bem. Pronto, agora expira.

2 comentários:

  1. às vezes as pequenas coisas possuem grandes destinos, mesmo um marcador de página... já soube de tubos de caneta que salvaram vidas (em traqueostomia de emergência), isso sem falar de flores que emolduraram uma declaração de amor, de bonbons que foram divididos antes do primeiro beijo. por isso, mesmo as coisinhas merecem reverência e consideração.

    ResponderExcluir
  2. Adoro suas aventuras no ônibus. Eu tenho algumas, mas não tantas quanto vc! :)
    Como sempre, uma delícia ler seu blog! Desculpe a ausência querida!
    Um beijo grande

    ResponderExcluir