segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Número 33

Tava fazendo meu caminho da roça, sentada no ônibus, quando senti aquele perfume conhecido. O perfume que eu mesma escolhi pra dar de presente.
Por reflexo levantei o nariz do livro e de rabo de olho bem que parecia ele mesmo. Meu papi amado.
Eu sabia bem que não podia ser, mas virei o rosto pra olhar direito mesmo assim. Claro que não era. 
A mão até que parecia, era grandona, mas não aquela mão número 33. O cabelo meio grisalho e a pele queimada de sol. De rabo de olho convencia.
Faltava também meio metro pra cima e outro pros lados, mas pro faz de conta já tava bom.
Fiz que ouvi qualquer recado, curti o perfume, a presença. Baixei o livro e fechei os olhos e fiquei curtindo aquele agora.
Até abrir os olhos e não sentir mais nada. 
O cara ainda estava ali parado do mesmo jeito, mas francamente, como eu pude confundir...

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