sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

QI´s altíssimos e emoções abissais

 Eu tenho terapia daqui a pouco e tô pensando no que eu vou falar. Eu ando meio perdida, essa é a verdade. Mas o fato de eu estar sempre caminhando, sempre tentando alguma coisa, de alguma forma faz com que minha terapeuta ache tudo ótimo, o aprendizado que eu tenho com a minha visão das coisas, a forma como eu lido com as coisas, o fato de eu estar me movimentando - mesmo que as vezes minimamente - o que rapidamente faz ela concluir que não, eu não tô perdida de maneira alguma. Então muitas vezes eu deixo muito tempo passar entre uma sessão e outra, porque eu acabo não vendo sentido em conversar. Eu tô sempre buscando uma resposta, e eu vejo a armadilha disso. A resposta sempre está e sempre esteve dentro de cada um. Mas eu acho reconfortante ver gente falando sobre coisas que me são naturais, gente dando nome pros meus bois. Na esperança que essas reflexões me façam encontrar uma resposta, um caminho, uma luz que me mostre o passo adiante. 

O passo adiante no entanto, é continuar caminhando. Continuar observando, continuar buscando a lição. Fazer o que dá, não o melhor que dá. Não dar tudo de si porque nada compensa esse gasto. O melhor de mim tem que vir pra mim, pra minha saúde e pra viver emocionalmente bem. 

Eu sei que a resposta não tá no outro e que ninguém vai me dar de bandeja aquilo que eu preciso. Se me dessem talvez eu nem enxergasse, até. É por isso que as vezes a conexão perde o sentido de ser e nessa brincadeira, eu também perco a conexão comigo. Com a minha centelha, com aquilo que faz a minha alma vibrar. Quando eu me conecto com a minha parte bonita, eu me conecto com todo o resto. Quando eu encaro meus escuros, eu não vejo mais nada. 

Quanto mais luz, mais sombra. Ontem eu tava lendo um livro de um grupo de estudos que estou participando e o livro dizia um pouco sobre karma, e que algumas pessoas acabam tendo problemas recorrentes mais graves para liberar esses karmas de um jeito mais rápido. Forjada a ferro e fogo, me disseram uma vez. Parece chique, parece exclusivo, talvez fosse pra eu me sentir especial de alguma forma, mais forte. Eu sei que sou forte pra caramba, mas a carcaça também cansa. A força esmorece, mesmo que ela nunca saia realmente de dentro de mim. Eu tô sempre lendo alguma coisa, procurando uma direção, sempre buscando uma atividade que me coloque em movimento, alguma coisa em movimento. Mas é um esforço imenso pra chegar apenas no ponto de partida onde aparentemente a grande maioria está. Então que chances eu tenho de fazer algo a mais, sair do raso?

Tem um cara falando sobre superdotação na internet. Que não tem a ver com QI´s altissimos, aparentemente, apenas uma intensa curiosidade sobre tudo. Capacidade de pensamento abstrato e a falta de conexão que isso traz, por não poder ter uma conversa dessas com qualquer pessoa. O quanto isso tá relacionado com tdah e outras patologias emocionais e mentais. Eu me identifiquei quando ele falou que dificilmente uma pessoa superdotada vai achar que é superdotada simplesmente pelo fato de se achar tão estranha, ter uma autoestima tão minada pelos anos de estranhismo pela vida afora, que o simples termo super-dotado parece uma piada. Parece mesmo, mas o discurso me pegou. Sempre tive facilidade pras coisas que me interessam, enquanto os estudos formais sempre me soaram inúteis e simplesmente eu não gravava. Hoje em dia, não sei se por estresse, pelo uso de remédios, meu cérebro fritou. Tenho dificuldade de entender alguns pensamentos, dificuldade de ler algumas coisas, mas ao mesmo tempo consegui ler vários livros em uma lingua que eu ainda tô tentando dominar. 

Pode ser uma resposta, pode não ser. Pode ser só mais um fato que vou juntar naquela pilha e não fazer nada com ele. 

Pode ser só meus hormônios que deram uma surtada e eu fui pega desprevenida. Pode ser um monte de coisas. Pode ser também só mais uma confirmação do quanto eu tô cansada dessa vida e do quanto eu não tenho nenhuma solução em vista ainda. 

Me deseje sorte, 

Até amanhã quem sabe. 

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