quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Pé na bunda e a terapia feminina da cura

Quando ele terminou de falar e 40 segundos após o silêncio constrangedor, eu tomei coragem e perguntei que raios significava tudo aquilo.
E sem nem pensar muito ele disse que só significava que até ele esquecer tudo o que tinha acontecido, ia ser assim. Um porre. 
Que lindo. A personificação de um porre, ao vivo e a cores, sentado na minha sala, perguntando que horas saía a próxima rodada de café (aquele já tava frio mesmo). Enquanto ele olhava (e será que eu não ouvi uma coruja piando lá fora?) eu gaguejava estrategicamente, pra dar mais uma chance de entender todo aquele rolo e responder aquele coração pré-faniquito.
Antes de eu terminar de abrir a boca, ele continuou. E quanto mais ele falava, menos eu entendia.
Ele não quis explicar bem o que aconteceu e pra ser sincera também tratei de abafar as trinta primeiras perguntas. Depois de quatro horas ouvindo a mesma história podia ficar um tanto constrangedor voltar pras partes básicas da questão que eu tinha perdido.
No final da noite (e não sei como) ele já estava oficialmente morando no meu sofá. O porre era ele e pelo jeito fui eu que acabei apagando em algumas partes.
Eu como uma boa exemplar do meu gênero, tratei logo de medicar o pobre coitado com brigadeiro, uns testes de revistas e uma coreografia nova da música velha (porém inesquecível) das Spice Girls. Sempre funciona. Bom, ainda não funcionou, mas nesse caso deve ser o gênero dele que complica tudo.
Pensei também em levar ele pra visitar meu cabeleleiro no outro dia e depois quem sabe passar comprar umas roupinhas novas. Tudo pra evitar a partida em direção a prateleira de cervejas do mercado (e as outras novas 4 horas de mimimi que viriam com aquilo).
Bobagem, não ia precisar de tudo isso. Pelo jeito ele não ia sair tão cedo daquele sofá. Ele dormia agora melhor do que eu seria capaz. Solidária, desliguei a televisão, joguei uma coberta por cima dele e apaguei a luz. 
Amanhã vai ser outro dia pra você também.

Um comentário:

  1. Vc é uma ótima terapeuta! Vou fazer uma nota metal pra quando eu levar um pé (espero que não aconteça tão logo) ir te procurar, mas não pretendo ser um porre! :)
    Beijos

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