segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Uma luz no fim do banho

Fechei a porta liguei o chuveiro, tirei a roupa e joguei tudo ali por cima.
Sentei no tapetinho (pra não gelar a bunda) e fiz de conta que aquele box transparente me separava do resto do mundo.
Eu era a Rainha do Azulejo Branco e o box era o limite do meu castelo.
Então deixei que a água morna desse conta dos pensamentos espoletados, igual oxigenada na ferida ardida.
Até limpar bem o que tava sujo.
E quanta sujeira que saiu. Tinha água escorrendo até pelos olhos.
Então foi ensaboar esfregar enxaguar. E secar até que tudo ficasse como parecendo pronto pra outra.
E dai eu estava. Foi só arrematar com o perfuminho.

2 comentários:

  1. De certa forma, pela lei da impenetrabilidade dos corpos, nós somos sempre reis do pedaço que ocupamos. O lugar que ocupamos, diz a física, é um domínio não sujeito a invasões. Como na canção do Chico e Sivuca, João e Maria, dentro do box você pode se sentir princesa coroada e correr livremente e nua teus amplos dominios (para ser amplo basta que se caiba nele de braços estendidos).

    ResponderExcluir
  2. É bem verdade né? Eu que sou boba e volta e meia esqueço!

    ResponderExcluir