domingo, 13 de fevereiro de 2011

Como pode um peixe vivo...

NO ESCURO é difícil ler.
Mas eu tava tentando, enquanto esperava meus amigos chegarem no bar onde insistentemente fui convocada a estar.

Eu obviamente estava um pouco deslocada - eu vim com um objetivo  - eu repetia e repetia pra que eu mantesse a calma e a postura sentada naquela cadeira, sem ceder ao ímpeto de voltar um pouco desesperadamente para minha casa.

Toda aquela conversa toda aquela risada e declarações públicas de amor estavam desconcentrando um pouco o que já estava difícil - ler.
Então fechei meu livro e puxei um caderno da minha bolsa pra anotar tudo aquilo que eu estava pensando sobre aquele lugar - e acabei pensando muito. Tantas pessoas diferentes em idade, profissão, hábitos, motivações, diferentes em maneiras de se fazer divertir, todas ali, reunidas como se fossem iguais (pois estavam todas fazendo a mesma coisa)

Então eu anotava e ria e anotava, encostava olhava e anotava, e foi como se uma luz pairasse sobre mim, fazendo descobrir minha verdadeira identidade - como a Xuxa ou um alienígena laranjado - porque todas as cabeças mais atentas do lugar viraram em minha direção.


Eu obviamente estava um pouco deslocada, como eu disse.

2 comentários:

  1. ou sou um pouco assim... em todo o lugar me sinto bem, porém estou sempre um pouco deslocado. acho que é alguma assim como diz o poema SE de Kipling :
    ...Se és capaz de, entre a plebe não te corromperes, e entre reis não perder a naturalidade... então és um homem...

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  2. Acho que quando a gente se dá conta do que tá acontecendo a nossa volta, automaticamente nos sentimos meio deslocados da cena.

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