Ele já morreu, mas era o tal do cara chato.
Benza deus, o povo falava quando ele saía andar na cidade. Morava ali na casa ao lado.
Dormia as oito e meia e botava todo mundo pra correr. As visita tão cansada e os donos da casa querem ir dormir, era o que ele dizia, ao bater na minha porta.
Morreu de juventude, não aguentou. Foi tanto neto, grito choro e criança
correndo pela casa (se pendurando na janela), que foi demais praquele
coração azedo.
Não aguentou o doce dos bolos cheirosos que a Dona deixava pra esfriar. Nem a cantoria das meninas no pátio.
Morreu do colorido das pipas avoando com a piazada correndo atrás.
No enterro a vizinhança foi em peso, em preto e em silêncio. As crianças mesmo só se mexeram quando foi pra ir embora.
Até o padre quando encomendou a alma do velho deixou pra deus bem avisado; cê toma cuidado que esse ai ó, morreu foi de raiva.
E todos disseram num coro tímido, amém.
novas cores nas palavras...muito bom Georgia!! bjos Nelson
ResponderExcluirque conto lindo e delicado! parece que vi um curta metragem desse conto agora (queria tanto me dembrar das aulas de video e cinema!)
ResponderExcluirvc ja pensou em fazer um curta?? beijo flor
achei poético!
ResponderExcluir