E na curva do caminho, o marcador caiu do livro lá pro meio do ônibus.
Eu fiquei dividindo meu olhar aqui e lá aqui e lá medindo os palavrões pra levantar.
De repente me dei conta da vizinha de banco falando no celular, e da fulana lá na porta gritando confidências pra amiga (que se não era surda, agora...)
Um cara olhando esquisito pra mim. Eu olhando esquisito pro marcador me apurrinhando ali do chão.
De repente eu não sabia mais o que eu tava lendo.
Respira. Eu estou aqui e agora. Ônibus. Livro.
(o marcador!)
Duas frases, um olho aqui e outro de fianco pro bendito, e percebo que eu tenho mesmo que pegar ele de volta; eu estou na metade do livro e se usar a orelha, amassa tudo (dai não)
Aqui e agora eu sou um pé lá e outro cá, abaixa, se estica (e puxa) pra resgatar o tão nobre pedaço de papel.
Ufa. Aqui e agora tuuudo está bem. Pronto, agora expira.