terça-feira, 31 de maio de 2011

Acordei babando

- NOSSA, sonhei com você hoje.
- Hm, o que você sonhou?
- É... sonhei que, então, você tava meio que gostandinho de mim, assim, sabe?
- Hahaha, sério? Como foi isso?
- Ah tipo, você me chamou aqui e foi falando...
- Pff, que sonho besta. Nem pra esperar eu falar pessoalmente.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Dois narizes no ponto de ônibus

(coça coça coça esse nariz)
- Ai menina, mas que que é essa coçança?
ESPIIIIIIIRROOO
- Saúde então, uai.

Limãozinho limãozão

AZEDUME é quando você sai pisoteando flores só porque se deu conta que elas parecem mais bonitas agora de manhã.
(e aí dentro uma feiúra de matar)

Jogral

JÁ ENTENDI. Um jogo.
Entender como tudo começou, talvez jamais.
Mas juro que parecia muito justo só juntar as peças. Jaturalmente
Da hora do jornal até a janta. De cada joaninha do jardim.
Um jaboti a jato e um joelho que já era.
Jojoca e jujuba, meu jovem.
Pára com isso, Jão. Fico jararaca desse jeito.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Asilo

- "As vezes" tem crase né?
- Ah, eu não sei. Esses acentos esquisitos andaram caindo (de velho, deve ser). Faz tempo que não sei deles.
- Meu deus, será que eles estão bem?

O-oh

CONSCIÊNCIA é uma placa que pisca colorida durante a noite ao lado da sua janela.
(e às vezes pode ter uma mensagem mal criada escrita nela sabe)

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Meus issos

EU SOU tudo colorido, sou casa arrumadinha com sorrisos pra decorar os cantos. 
Eu sou fazer café pra deixar os amigos sempre por perto. 
Eu sou molecagem com um bom tanto de inocência. 
Eu sou divertida. 
Sou oito horas de sono, acordar cedo pra começar tudo de novo. 
Sou tradutora das coisas que vejo. Sou meu próprio dialeto. 
Sou conversa séria sobre a vida, sou experiência de um passado meio triste. 
Sou abraço e beijo da cachorrada ao chegar em casa, sou uma pilha de livros pra ler. 
Sou fazer careta e falar bobagem, sou não saber esconder o que sente. 
Sou pegar na mão e garantir que tamo junto
Sou filme e seriado. Sou esparramada no domingo de pijama. 
Sou idéias que correm igual criança no recreio. 
Sou inventar moda. Sou amar amar a vida. 
Sou cantar pra botar pra fora um pouco do que sobra. 
Sou fazer as coisas com carinho, mesmo que seja uma coisa muito feia. 
Sou querer ser melhor. Sou um pouco de culpa por não ter sido tão boa assim. 
Sou timida como um avestruz acuado. Sou ainda ter medo de dar certo.
Sou vencedora do meu próprio passado. 
Sou chocolate depois do almoço, mas paçoca também me resolve se for o caso. 
Sou deixar que abusem um pouco da minha paciência. Sou ainda ocupar menos espaço do que gostaria.
Sou tentar deixar de lado tudo quanto é bobeira, sou improvisar ser agora aqui mesmo onde eu estou.
Sou esquecer de tudo isso de vez em quando, sou paciência comigo porque não sou de ferro.
Sou uma lista bem maior e sou um resumo de tudo o que ainda vou ser.

É feriado?

ENQUANTO eu ando, escuto o barulho só lá fora
Nos carros, nas pessoas, no acontecer se acontecendo.
Consigo ouvir meus passos que faz tilintar o zíper da jaqueta.
Consigo ouvir o movimento do ar entrando e saindo do peito apressado (deve estar atrasado)
Mas aqui do alto do comando central, o pessoal esqueceu de aparecer
Ainda não descobri se é dia de folga ou motim
Mas tá um silêncio...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Matemática básica

ESCOLHER UMA só música pra cantar é sacanagem.
Maluquice. Não sei por onde começar.
Automaticamente ao gostar de uma, passo a gostar de mais três.
E meu problema só aumenta, em progressão aritmética (ou geométrica, nem sei)
Agora tenho aqui 253 músicas absolutamente irresistíveis. E a dúvida que vale sempre o dobro.
Então temos:
x = 3x que de algum jeito vira 253 e essa dúvida valendo o dobro.
Ahn. 
Entende quando eu digo que não sei por onde começar?

terça-feira, 24 de maio de 2011

Caso de polícia


- Calma moça, sente-se aqui por favor. Quer um copo d´água?
- Obrigada.
- Então agora tente se lembrar como tudo aconteceu.
- Tá. Hoje de manhã eu estava arrumando elas pra escola, como faço todas as manhãs, e estavam todas ali, juntas, coloridas e cobertas de açúcar como todo dia. Dai fui para o quarto pegar a bolsa para saírmos, e quando voltei ali, elas não estavam mais. Nenhuma. Não passei mais de um minuto longe delas, eu tenho certeza... como pude deixar isso acontecer com minhas queridinhas? Justo elas, tão doces! Como alguém poderia pensar em fazer mal a elas?... Meu deus, o que será delas agora?
- Calma, moça. Você tem alguma idéia de alguém que pudesse ter feito isso, que pudesse estar envolvido neste ocorrido?
- Não, não.. todas são muito queridas, educadas...todo mundo gostava delas! Eu devo ser uma mãe horrível mesmo... 

* Nenhuma jujuba foi ferida ou extraviada durante a produção deste conto.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Pow pow pow

ESTÍMULO é quando uma montoeira de fogos de artifício começa a estourar em algum lugar ai dentro só porque a vida trouxe uma faisquinha.

Acidente

EU NÃO LEMBRO como foi. 
Nem da cor, nem dos faróis, nem do barulho. Talvez até já tenha se passado alguns dias.
Também não consigo identificar a marca dos pneus. Ou lembrar como foi que cheguei em casa. E quando.
Eu só tenho a impressão de um grande buraco onde deveria estar essa memória.
Mas não há outra possibilidade. Eu fui atropelada.
Aparentemente depois disso fui arremessada 134 vezes de um muro a outro por cima da rua, feito uma bolinha de ping pong descrevendo uma trajetória regular e constante, depois de ser amararrada como uma vassoura de palha em uma abóbora desproporcional ao meu tamanho. (?)
Sim, foi isso. Nada mais poderia explicar essa experiência fantástica de consciência plena da musculatura do meu corpo.
(isso sem exageros, claro)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Luz de cima

SÓ COMEÇA a anoitecer depois que eu perco o ônibus.
E contra a luz e a favor da miopia, não enxergo muito mais que uns faróis passando por mim. (farolzinho farolzão)
Não me assusto se um dia eu acenar pro motorista errado, 
  só porque vi aquelas luzinhas da esperança chegando.
(É 2,50 né?)

Lombriga chique

EU ADORO comer em mesa bonita. 
Minhas lombrigas se atiçam só de olhar.
Aquela mesa com direito a toalha de bico (que a vó fez) e guardanapo embaixo dos talheres arrumadinhos.
E se tiver uma florzinha, ha! 
Dai sim tenho certeza de que todas as minhas eventuais faltas culinárias serão devidamente perdoadas. 
O carinho é um truque infalível pra dar aquela corrigida no tempero, não sabe?

Mas moça...

TAVA AGARRADA no postinho do ônibus como se estivesse numa montanha russa.
(é, talvez estivesse mesmo meio parecido)
Ela não deixava ninguém se segurar, ninguém passar 
 e bem pediram com licença antes de tentar 
  a infálivel tática do empurrão.
Nada. Ela continuava imóvel.
Pelo jeito ela não pensava em se soltar tão cedo dali. 
Já pensou quando recolherem o ônibus as 23:57 no terminal do Capão Raso, e ela ainda agarrada ali, só faltando gaguejar
- Na-a-a-aooo, tô bem aqui! Eu vou ficar! Podem ir!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

3 pulinhos

XIXI. Xixi. Xixi. Xixi. Xixi.
Mulherada apurada esperando a coragem dar as caras.
Eu que não vou mostrar minha bunda praquele banheiro gelado.
(ainda mais depois de uma garrafa inteira de cházinho quente)
Nessas horas eu queria ter aquela pecinha, pra me ajudar nessa questão delicadíssima.
Enquanto isso, a mulherada aqui vai pagando promessa adiantada pra São Longuinho. (pra disfarçar né)

Segurança armada

ENTÃO é isso? Tudo o que eu te contar você vai escrever, agora?
É, aparentemente sim.
E a minha privacidade? E a minha imagem diante dos outros?
Tudo pela arte, relaxa, ela te protege...
Ah mas claro que sim, e quem vai me proteger de você?
(hm...)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Doa-se

ELA VEIO dizendo que quando morrer vai doar tudo que puder 
  até porque depois de bater as botas, não vai precisar mais desse aparato todo.
E que o que puder, já vai doar em vida mesmo,
pra dar uma incentivada no regime (que tá difícil, menina)

Alguém aí tá precisando de alguma coisa? Rim, pulmão, medula... estou com o jogo completo! Tá aqui só ocupando espaço.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Pac man

Antes do almoço, aquele monstro, ou bicho, enfim, aquele troço barulhento grita de dentro da pança:
burrooouroururauuu

(hmmm lasanha)

Eza eza eza

VERGONHA é uma tristeza recolhida que todo mundo consegue ver.
Também se aplica a safadeza e a beleza. 
(deve ser a terminação)

segunda-feira, 16 de maio de 2011

E por aí vai

TUDO o que eu amo me tira o sono.
Levo incronometráveis minutos saboreando diálogos e fantasias.
E quanto mais sono eu perco, mais coragem eu ganho
Mais real a coisa se torna.
E mais eu amo,
(e menos durmo)

Brrrrr!

Nossa, mas que frio é esse?
Ah, foi um novo que saiu agora. Tá na moda, parece.

Meio malvada


ELA TROCOU a caixinha de mão pra poder tocar campainha.
E já estava esperando encontrar a outra toda descabelada de pijamas 
  naquele domingo chuvoso com um menu inteiro de desculpas perfeitas pra preguiça.
Por sorte nem tudo isso era verdade, mas ela tinha vindo devidamente preparada. 
E ela sabia também que não há estado de acabadura do ser que não possa se resolver com uma combinação generosa de chocolate e doce de leite.
Então se sentou a mesa, empurrou a caixinha na direção da outra e disse:
Acaba logo com isso, que precisamos ter idéias.


sexta-feira, 13 de maio de 2011

Ô dó

EU TAVA andando pela rua, passeando depois do almoço, quando vi um cachorrinho levando sua dona para passear. Todo esbaforidinho.
Eu que não sou boba nem nada, já fui me abaixando pra fazer uns agrados no bicho, quando a dona enferruscada falou: cuidado aí que isso morde todo mundo - mas a única coisa que o peludo fazia era me encher de beijo e beijo e beijo. (isso?)
Andei meia quadra antes da dona conseguir retomar o caminho, porque ele se jogava na minha direção como se dissesse: me saaalvaaa me saaalvaaa dessa bruuuxaaa!!!

Digite seu apelido aqui


- VOCÊ TEM apelido, assim, como te chamam geralmente?
- Não não, não tenho nenhum. Quer dizer, tem um velho, mas tô abandonando ele.
- Ah tá, então nem vou guardar. Mas como você gostaria de ser chamada?
(Um minuto e um sorrisinho depois)
- ”Uma Diva”.  Já pensou que lindo, num letreiro?

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Sei não

EU TAVA ALI, só fazendo meu trabalho:
- Oi Seu Zé, você pode dizer o endereço do seu filho, pra completar a ficha dele aqui?
- Tá bom fia, ele ta morando ali na rua de trás agora que se ajuntou com a mulher, sabe o nome da rua?
- Sei sim, e o nome da mulher dele como é? Sabe se eles tem telefone?
E o danado me responde assim:
- E lá sou obrigado a saber o nome da mulher dos outros?

Bom, eu também não sou. Dei risada e fui embora.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Caiu a ficha



- Você e linda.
- Hm.
- É sério. Eu não sei explicar. Você me confundiu os sentimentos. Não sei mais o que eu sinto...
- Hm.
- E além disso, tem minha namorada. Ela me deixa muito inseguro, eu nunca sei dela quanto gostaria.
- Hm.
- Nossa, aí agora eu tô nessa. Eu penso em você, e tem ela. Eu não sei mais o que eu quero.
- Ah, eu sei o que você quer.
- Hm?
- Você quer que eu te apareça com uma justificativa perfeita pra um chifrinho desculpável.
- Não, claro que não. Eu gosto de você, eu só...
(tu tu tu tu)
- Ah, eu sei. Olha, minha mãe tá me chamando pra jantar.
- Mas você não mora sozinha?
- Tu tu tu tu


Imagem do icanread.tumblr.com

Diversão não tem hora



EU PERCEBO que estou chegando num nível crítico de seriedade quando reparo os outros brincando com a rotina mais do que eu costumaria brincar.
Tipo uma mulher que tava se segurando no poste ônibus,
  e se movimentando toda exagerada conforme o balanço
Como se tivesse num daqueles brinquedos de play center
(iuhuuuu)

*
Sério, vejam esse depósito de maravilhas: icanread.tumblr.com

Ih, não era

CARÊNCIA é quando o sujeito vem assobiando lá fora, e você já mete a mão na bolsa achando que é o celular que tá tocando.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Caravana da onde?

VOCÊ TÁ ALI de bobeira tomando café da tarde quando vê uma pontinha de idéia aparecer.
Aí logo você começa a mastigar de leve essa idéia pra ela aparecer melhor.
Então não mais que de repente, você já não sabe mais o que fazer da vida.
Engraçado que uma idéia nunca vem sozinha.
Elas sempre aparecem em caravanas. Aos montes. 
Andando em coletivos com faixas, gritos e cartazes numa procissão desordenada. Quase protestando. 
Quase de dar medo.
De qualquer forma, é melhor dar conta de todas que puder. 
Porque ouvi falar que se você resolver ignorar e dormir, já era. Elas se juntam num protesto de verdade, violento e sanguinário, que geralmente chamam por ai de "insônia", ou também "pesadelo".
Melhor prevenir...

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sofrendo por antecipação

QUANDO VOCÊ SABE que alguém vai esbarrar e derrubar a qualquer momento, a caixinha de leite que está ali em cima da mesa. 
Mas você já tá chorando desde agora.

domingo, 8 de maio de 2011

O neném ama mamãe?



TODO MUNDO é mãe de alguma coisa. 
De filho, bicho, flor, boneca ou daquele trocinho encardido que você não larga.
Até quando emendam na piada dizendo, mas eu só posso ser pai né?
Todo mundo que começa falando de si mesmo na 3ª pessoa só pra encher o outro de carinho deve ser um pouco mãe (mesmo sendo pai, ok)
Sobre ser pai, nem tá mesmo na época, e eu não disponho de informações suficientes no momento. 
Até porque ainda tô tratando de ver como é ser mãe do meu próprio nariz.


(não esquece do lenço, você pode ficar resfriada filhinha)


Ilustração do Ceó - http://frasesilustradas.files.wordpress.com/

sexta-feira, 6 de maio de 2011

O cara nem sei que cara tem

QUEM ME CONHECE sabe (ou imagina) que eu sento sempre no mesmíssimo lugar. 
O primeiro banco do lado do sol, onde não chacoalha, dá pra ler, e ainda consigo enxergar tudo. 
E todo dia passa do meu lado um cara numa bicicleta vermelha tão linda,
tão linda e vermelha,
  que tenho vontade de descer do ônibus, 
  largar tudo e sair correndo atrás dele,
  só pra perguntar se a bicicleta tem telefone.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

A sedutora do ligeirinho

EU SEI que eu vivo cheia de história.
Me desculpe, mas em pé no ônibus minha única diversão é reparar.
E hoje não tinha como deixar de reparar na sedutora do ligeirinho.
Ela estava muito dedicada em fisgar aquele cara.
Ela se demorava em olhar pra ele, até piscava devagar igual desenho. 
Faltou aquele ciliozinho postiço só.
E deslizava o olhar pelo rosto dele, cuidadosa, enquanto aqueles cílios longos chamavam ele feito um dedinho... 
O pobre coitado só olhava, sorria e dizia "ahan, ahan".
Mais engraçado foi se alguém reparou em mim, de olhos neles,reparando e rindo aqui com meus botões.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Responder também não ofende...

Ê LASQUERA.
Acho que matei o homem aqui meu deus do céu.
Eu cheguei e entreguei pra ele a verdade bem na lata. 
(então tó)
Mas foi em legítima defesa, disso eu tenho certeza,
  porque foi ele quem perguntou.
Só que já tem mais de três dias
  e o sujeito ainda não voltou da cara de susto.

FÓÓÓÓN

MINHA MENTE é multimidia.
Meus pensamentos me poluem em cores, sons, formas e informações.
Eles gritam.
Como num engarrafamento, as idéias buzinam como se isso tivesse o poder de as levar daqui pra outro lugar. Mas nenhuma delas consegue se mover.
E a fila já está em cento e noventa e três quilômetros de contos protestando em placas coloridas, de ansiedade que pisca em luzes neon de todas as cores e barulheira.
Comentei sobre a barulheira?

(é a mãe!!!)

terça-feira, 3 de maio de 2011

É guerra

EU NÃO ACREDITEI quando ele começou a gritar ali do meu lado
Olhei pra fora e ainda tava escuro. E tava frio. 
Mas ele tinha toda razão, tava na hora
Só me restava então obedecer e levantar
Essa é a verdadeira batalha do cotidiano 
O resto é só noticia de jornal.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Será que era o vermelho?

ENTREI no ônibus e fui direto lá pro fundão.
Passei pelas mães que ficam trocando figurinhas atrás da roleta, pelo cara que tava em dúvida se comprava sonho ou pão de queijo pro café, e fui andando (com licença? licença)
Parei na frente da porta e me assustei com o cara de um olho cego e branco que me olhava com cara feia (mas talvez fosse o tipo meio sujo, meio barbudo, meio de mal com a vida)
E do lado dele tinha um cara lendo um jornal que dizia: VELHINHA ESQUARTEJADA, e então diante desse comitê de recepção tão acolhedor, comecei a olhar melhor em volta. 
Nenhuma roupa colorida.
Nenhum funk pancadão pra quebrar o gelo.
Parecia que uma daquelas nuvens pretas de desenho tava chovendo ali dentro, de tão escuro que tava (mas isso, reparei, era só a lâmpada do ônibus que tava quebrada)
Até que finalmente eu escuto um som conhecido muito promissor, que vinha de um celular  ali do lado: tan-tan-taram-tan-tan-tan! 
Um Power Ranger! Graças a Deus! Eu não confundiria aquela música com nada! Bem a tempo! Estamos a salvo!

Coletivo de bicos

EU ME EMBURREI com sua história, 
  que emburrou aquele outro, que se emburrou com todo o resto.
Sempre tem alguém que sai de bico de toda história.
O que me agrada meu bem, não agrada a outro nem a outro
  e não agrada outrem.
O negócio aqui nessa conversa toda
  é andar todo juntos separadamente, 
Cada qual com o pedaço que lhe cabe
E se não lhe cabe, não se esprema
E nem me afrouxe.